quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dom Casmurro-Machado de Assis

Dom Casmurro-Machado de Assis


Por Jessiane Almeida Miranda e
Luciane Fernandes Martins
(PET-Letras/UNICENTRO)

Autor
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentou durante sua vida.Machado sempre foi autodidata. Com a morte do pai, em 1851, sua madrasta, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos, e mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  
Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor.  
Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas. Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.
Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.
  Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.
O volume da Correspondência de Machado de Assis, tomo IV, nos revela a face humana, emotiva e generosa de um escritor considerado por seus  contemporâneos como cínico,niilista e avesso a vida social, máscara que o próprio Machado ajudou a criar.Essa imagem existe porque ele destilava ironias, meias palavras e sobretudo descrenças em seus romances.

Obra
Publicado pela primeira vez em 1899, "Dom Casmurro" é uma das grandes obras de Machado de Assis e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. Também a temática do ciúme, abordada com brilhantismo nesse livro, provoca polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira: Capitu.
O narrador- personagem é um velho solitário que narra suas experiências de vida desde a adolescência, com seu primeiro amor Capitu e o fim trágico de um desfecho de um possível adultério.
 No decorrer da leitura encontramos Bentinho narrando experiências vividas quando era menino. Por se tratar de um narrador em 1º pessoa, todo o discurso deve ser relativizado em função da parcialidade inerente à 1º pessoa do discurso.
 Machado escreve o romance com total ambiguidade, dando sinais de que de fato a mulher poderia ter traído o marido, mas este, contando sua própria história e sendo tão frágil, também pode ser um psicótico. Esse romance é o resultado de um exercício de escrita fabuloso, pois até hoje discute-se a força dos argumentos do narrador de "Dom Casmurro".



Resumo da obra
Na infância e adolescência, Bento de Albuquerque Santiago morava na rua de Matacavalos (Rio de Janeiro), com sua mãe viúva, dona Glória, a prima Justina, o tio Cosme e o agregado José Dias. Na casa ao lado, vivia Capitolina (Capitu), filha de Pádua e Fortunata. Ao contrário da família de Bentinho, os pais de Capitu são pobres. Mesmo assim, as crianças conviveram como amigos.
Quando Bentinho completou 15 anos, José Dias lembrou dona Glória da promessa por ela feita de enviar o filho para o seminário. Na verdade, procurava alertá-la para o perigo de envolvimento amoroso do menino com a vizinha. Mas Bentinho e Capitu já estavam apaixonados. No seminário, Bentinho torna-se amigo de Escobar, também seminarista, com o passar do tempo e com a ajuda de José Dias e Escobar, Bentinho consegue fazer a mãe desistir da promessa de torná-lo padre.Foi estudar em São Paulo e formou-se em Direito, voltou para o Rio e casou-se com Capitu. Escobar também se casou.Os dois casais tornaram-se amigos, nasce Ezequiel, filho de Bentinho e Capitu.Mas  Bentinho, sempre inseguro e ciumento, via no filho a cara de seu amigo Escobar.Assim Bentinho começou a ter dúvidas da relação de amizade entre Escobar e Capitu.
Escobar morre afogado, e Bentinho ao ver as lágrimas de sua mulher, fica transtornado, pensando em suicidar-se, mas a manda com o filho para a Suíça, onde ela morre. Ezequiel, já moço, retorna ao Brasil, mas Bento não conseguia ver nele, senão o retrato do amigo. Então o filho, volta a viajar pelo mundo, deixando Bentinho na maior das solidões e vivendo do passado. Resolve assim, Escrever sua história para convencer-se da traição da mulher e para mostrar que não agira mal em relação à Ezequiel.



Referências:
ASSIS,Machado de.Dom Casmurro. Rio de Janeiro:Martin Claret,2002.
GIRON, Luis Antônio.Mente Aberta:Machado de Assis, o velho sentimental.Revista Época,São Paulo:Editora Globo, n°762 ,dez. p.129-133, 2012.
SCHWARZ, Roberto. Duas meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.



Nenhum comentário:

Postar um comentário