Dom Casmurro-Machado de Assis
Por Jessiane
Almeida Miranda e
Luciane
Fernandes Martins
(PET-Letras/UNICENTRO)
Autor
Joaquim Maria Machado
de Assis, cronista,
contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e
ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho
de um operário mestiço de negro e português, perde a mãe muito cedo e é criado
pela madrasta, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única
que freqüentou durante sua vida.Machado sempre foi autodidata. Com a morte do
pai, em 1851, sua madrasta, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como
doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se
vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos, e
mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro
trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de
Francisco de Paula Brito. Com 17
anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e
começa a escrever durante o tempo livre.
Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como
revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade
lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Seu primeiro livro foi
impresso em 1861, com o título Queda
que as mulheres têm para os tolos, onde
aparece como tradutor.
Publica seu primeiro livro de poesias em 1864,
sob o título de Crisálidas. Em
1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. Em 12 de
novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Nessa época, o
escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido,
confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz
que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos
clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.
Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo,
que dirigia a Revista
Brasileira, em sua
redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de
Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado
desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no
dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente
da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em
29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui
Barbosa.
Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos
idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a
televisão.
O volume da Correspondência de Machado de Assis, tomo IV,
nos revela a face humana, emotiva e generosa de um escritor considerado por
seus contemporâneos como cínico,niilista
e avesso a vida social, máscara que o próprio Machado ajudou a criar.Essa
imagem existe porque ele destilava ironias, meias palavras e sobretudo
descrenças em seus romances.
Obra
Publicado pela primeira vez em 1899, "Dom
Casmurro" é uma das grandes obras de Machado de Assis e confirma o olhar
certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira.
Também a temática do ciúme, abordada com brilhantismo nesse livro, provoca
polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da
literatura brasileira: Capitu.
O narrador- personagem é um velho solitário que
narra suas experiências de vida desde a adolescência, com seu primeiro amor
Capitu e o fim trágico de um desfecho de um possível adultério.
No
decorrer da leitura encontramos Bentinho narrando experiências vividas quando
era menino. Por se tratar de um narrador em 1º pessoa, todo o discurso deve ser
relativizado em função da parcialidade inerente à 1º pessoa do discurso.
Machado escreve o romance com total ambiguidade, dando
sinais de que de fato a mulher poderia ter traído o marido, mas este, contando
sua própria história e sendo tão frágil, também pode ser um psicótico. Esse
romance é o resultado de um exercício de escrita fabuloso, pois até hoje
discute-se a força dos argumentos do narrador de "Dom Casmurro".
Resumo da obra
Na infância e adolescência, Bento de Albuquerque
Santiago morava na rua de Matacavalos (Rio de Janeiro), com sua mãe viúva, dona
Glória, a prima Justina, o tio Cosme e o agregado José Dias. Na casa ao lado,
vivia Capitolina (Capitu), filha de Pádua e Fortunata. Ao contrário da família
de Bentinho, os pais de Capitu são pobres. Mesmo assim, as crianças conviveram
como amigos.
Quando Bentinho completou 15 anos, José Dias
lembrou dona Glória da promessa por ela feita de enviar o filho para o
seminário. Na verdade, procurava alertá-la para o perigo de envolvimento
amoroso do menino com a vizinha. Mas Bentinho e Capitu já estavam apaixonados.
No seminário, Bentinho torna-se amigo de Escobar, também seminarista, com o
passar do tempo e com a ajuda de José Dias e Escobar, Bentinho consegue fazer a
mãe desistir da promessa de torná-lo padre.Foi estudar em São Paulo e formou-se
em Direito, voltou para o Rio e casou-se com Capitu. Escobar também se casou.Os
dois casais tornaram-se amigos, nasce Ezequiel, filho de Bentinho e
Capitu.Mas Bentinho, sempre inseguro e
ciumento, via no filho a cara de seu amigo Escobar.Assim Bentinho começou a ter
dúvidas da relação de amizade entre Escobar e Capitu.
Escobar morre afogado, e Bentinho ao ver as
lágrimas de sua mulher, fica transtornado, pensando em suicidar-se, mas a manda
com o filho para a Suíça, onde ela morre. Ezequiel, já moço, retorna ao Brasil,
mas Bento não conseguia ver nele, senão o retrato do amigo. Então o filho,
volta a viajar pelo mundo, deixando Bentinho na maior das solidões e vivendo do
passado. Resolve assim, Escrever sua história para convencer-se da traição da
mulher e para mostrar que não agira mal em relação à Ezequiel.
Referências:
ASSIS,Machado de.Dom Casmurro. Rio de Janeiro:Martin Claret,2002.
GIRON,
Luis Antônio.Mente Aberta:Machado de Assis, o velho sentimental.Revista Época,São Paulo:Editora Globo,
n°762 ,dez. p.129-133, 2012.
SCHWARZ, Roberto. Duas meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
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