segunda-feira, 30 de junho de 2014



A FALECIDA - NELSON RODRIGUES


Autor:
Nelson Rodrigues nasceu no Recife (PE), em 23 de agosto de 1912, e viveu desde pequeno no Rio de Janeiro. Revolucionou o teatro nacional e tornou-se um dos principais dramaturgos brasileiros. Suas obras são separadas em peças psicológicas (A Mulher sem Pecado e Vestido de Noiva), peças mitológicas (Anjo Negro e Álbum de Família) e tragédias cariocas (A Falecida e O Beijo no Asfalto). Escreveu também os romances Meu Destino É Pecar e O Casamento, além dos livros de crônicas. O escritor morreu no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1980.

Contexto histórico:
Nelson Rodrigues revoluciona o teatro brasileiro da época com A Falecida. Uma das peças mais assistidas,  em 26 dias, foi encenada pela Companhia Dramática Nacional, com José Maria Monteiro na direção e teve sua estréia em 1953. O escritor buscou mostrar a realidade dos subúrbios e de seus moradores frustrados e fracassados. Para a década de 50 o uso da linguagem coloquial e das gírias era algo novo, o que não agradou à princípio os espectadores.

Obra:
A Falecida, primeira tragédia carioca, foi considerada um marco na obra de Nelson Rodrigues. Pela primeira vez o autor aproveitou sua experiência na coluna de contos "A vida como ela é..." para retratar o típico subúrbio carioca, com suas gírias e discussões existenciais. Os cenários passaram do "qualquer lugar, qualquer tempo" das peças míticas, para a Zona Norte carioca dos anos 50. Os personagens não representam mais arquétipos nem revelam alguma parte escusa da alma dos brasileiros. O que Nelson Rodrigues mostra agora é o cotidiano vulgar dos brasileiros. A falta de dinheiro, as doenças, o dedo no nariz das crianças, as pernas cabeludas de uma mulher, as cartomantes picaretas e o lado mais grosseiro da vida serão presenças constantes em suas peças daqui para frente. A Falecida narra a história de Zulmira, mulher frustrada do subúrbio carioca, autodeclarada tuberculosa. Elal vive uma competição com Glorinha, chegando a ficar feliz quando sabe a razão da seriedade da prima, a falta de um seio arrancado pelo câncer.
Seu marido, Tuninho, está desempregado e gasta as sobras da indenização jogando sinuca e discutindo futebol. Zulmira o trai com o milionário Pimentel, e, antes de morrer pede ao marido que vá até Pimentel, dizendo que é primo da mulher, pedindo 40 mil cruzeiros para o enterro.
Tuninho da o golpe na finada mulher, paga um "enterro de cachorro". Com o dinheiro ele vai ao jogo do Vasco no Maracanã, e lá, num momento de euforia joga as cédulas para o ar, terminando como o mais solitário dos homens.

Elaborado por Bianca Gans Lovato PET/LETRAS/UNICENTRO

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