PRIMEIRAS ESTÓRIAS-GUIMARÃES ROSA
AUTOR
João Guimarães Rosa nasceu em
Cordisburgo (MG), no dia 27 de junho de 1908. Filho de Floduardo Pinto Rosa e
Francisca Guimarães Rosa. Ainda no curso secundário, em sua adolescência,
Guimarães Rosa se dedicou a estudar o idioma alemão que aprendeu com muita
facilidade por já ter bons conhecimentos em línguas estrangeiras, atividade que
ele desempenhava por gosto e diversão. Com isso, tornou-se poliglota dominando
mais de sete línguas. Formado
em medicina, o escritor iniciou na área das letras em 1929 escrevendo alguns
contos que obtiveram reconhecimento e premiações.O escritor, no decorrer de sua
vida, ocupou cargos importantes tanto no Brasil como no exterior. Acredita-se
que produziu suas obras a partir de suas próprias experiências. Guimarães Rosa
acreditava em várias religiões e valorizava o misticismo.
A produção de João Guimarães Rosa
renovou o romance brasileiro. Suas obras mais conhecidas (sendo algumas
publicadas após sua morte) são: Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956), Grande
Sertão: Veredas (1956), Primeiras estórias (1962), Tutaméia: terceiras estórias
(1967), Estas estórias (1969) e Ave, palavra (1970).
CONTEXTO
HISTÓRICO
O livro Primeiras estórias é composto por 21 contos escritos por Guimarães
Rosa. Lançada em 1962, um ano antes da eleição de seu autor para a Academia
Brasileira de Letras, a obra traz estórias deslumbrantes sobre temas simples.
Os contos revelam, com certa intimidade, a infância como nunca descrita.
Segundo Alberto da Costa e Silva “[...] pouquíssimos escritores souberam tão
bem captar as iluminações da meninice quanto Guimarães Rosa.” (2005, p. 13). A obra pertence à terceira fase do movimento
modernista no Brasil.
RESUMO
DA OBRA:
Dos 21 contos que fazem parte do
livro Primeiras estórias, elegemos
três para a produção de um resumo. São eles: As margens da alegria, A menina de
lá e Os irmãos Dagobé.
As margens da alegria
A estória narrada em terceira pessoa
conta sobre um menino e de sua euforia por passar alguns dias na casa dos tios
em um lugar onde seria construída uma grande cidade.
A emoção da vigem de avião, das
guloseimas oferecidas pelos tios, das promessas dos passeios e das brincadeiras
ilustram a alegria da criança fascinada pelas fantasias que só um menino pode
ter.
Após chegar à casa dos tios, o
menino avista um peru no terreiro e se admira de tanta beleza... No entanto,
após um passeio, desejoso de ver outra vez o belo animal, deparou-se apenas com
algumas penas do pobre peru que já fora morto. Esse acontecimento vai de
encontro aos sentimentos da criança que agora via tudo diferente. A chama da
alegria se apagara e tudo parecia triste e silencioso.
Em outro passeio ao lugar onde se
construía a cidade grande, o menino fica mais chocado ainda ao ver uma árvore
sendo derrubada sem o mínimo de sentimento, para ele, era como se a morte da
árvore arrancasse toda a importância das demais coisas que o rodeava.
Pensativo e triste, o menino volta
para a casa dos tios e ao chegar a noite, que para ele parecia melancólica,
começa a observar os vaga-lumes que saem da mata e, de repente, vê novamente a
beleza no brilho dos bichinhos voadores. Aos poucos, a alegria começa a se
refazer.
A menina de lá
Um casal tem uma filha chamada
Maria, também conhecida por Nhinhinha, que se mostra um tanto estranha ao
mundo. Com quase quatro anos, a menina não consegue se comunicar por conta de
não formular bem as frases ou inventar palavras.
Quieta e sempre sentada no mesmo
lugar, Nhinhinha passava dia após dia. Até que num desses dias, a menina
começou a fazer pedidos e, como num passe de mágica, as coisas aconteciam. Era
assim, bastava Nhinhinha desejar para que o pedido fosse atendido.
Os pais, com medo de que aproveitadores
se aproximassem, resolveram manter segredo sobre o poder da menina.
Certo dia houve uma seca e o pai de
Nhinhinha pediu para que a menina desejasse chuva a fim de que as plantações se
não perdessem, mas a menina se recusou. Porém, alguns dias depois, ela desejou
ver o arco-íris e foi assim que veio a chuva para depois aparecer o arco no
céu.
Passados alguns dias, a menina
adoeceu e morreu. A tia, que acompanhava todos os acontecimentos, contou que no
mesmo dia em que a menina via o arco-íris, desejou ter um caixãozinho rosa com
enfeites verdes. E assim foi feito.
Os irmãos Dagobé.
O conto narra o velório de um dos
irmãos, o mais velho, dos quatro irmãos Dagobé que moravam juntos, sem mulher
na casa, respeitados e temidos na vizinhança pela má fama de valentões.
Quem havia mandado o irmão mais
velho para dentro do caixão era um moço chamado Liojorge que o matara com um
tiro em legítima defesa, quando o mais velho dos Dagobé lhe avançara com um
punhal.
No velório não se pensava em outra
coisa a não ser na vingança dos três mais novos que talvez, apenas esperassem
enterrar o irmão para apagar de vez o pobre do Liojorge.
Enquanto seguia o velório, alguns
mensageiros chegavam de hora em hora trazendo notícias em segredo aos Dagobé
que se mantinham em silêncio ou apenas concordavam com breves palavras.
Um tempo depois trouxeram a notícia
de que Liojorge alegava sua falta de culpa quanto à morte do irmão mais velho,
pois fizera apenas para se defender e que, se aceito, oferecia-se para ajudar a
carregar o caixão.
Quem soube disso ficou indignado com
a humildade de Liojorge ao se entregar à morte tão depressa e todos esperavam
que logo após o corpo ser enterrado, ou até antes, o pobre do moço Liojorge
também cairia pelas mãos dos vingadores.
Os Dagobé aceitaram a ajuda do
matador de seu irmão para carregar o caixão. Chovia e o defunto era levado ao
cemitério. O povo ia atrás temendo o pior.
Após fechar a cova, um dos irmãos,
que agora era o mais velho vivo, dirigiu-se à Liojorge e lhe disse para voltar
para casa porque o mais velho dos Dagobé é que era um diabo de danado. Dito
isso, falou para os demais que os três iriam morar na cidade grande.
O enterro acabou e começou outra
chuva.
Elaborado por: Aline Rafaella De
Souza PET/LETRAS/UNICENTRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário