segunda-feira, 30 de junho de 2014

PRIMEIRAS ESTÓRIAS-GUIMARÃES ROSA


 AUTOR

            João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG), no dia 27 de junho de 1908. Filho de Floduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa. Ainda no curso secundário, em sua adolescência, Guimarães Rosa se dedicou a estudar o idioma alemão que aprendeu com muita facilidade por já ter bons conhecimentos em línguas estrangeiras, atividade que ele desempenhava por gosto e diversão. Com isso, tornou-se poliglota dominando mais de sete línguas.            Formado em medicina, o escritor iniciou na área das letras em 1929 escrevendo alguns contos que obtiveram reconhecimento e premiações.O escritor, no decorrer de sua vida, ocupou cargos importantes tanto no Brasil como no exterior. Acredita-se que produziu suas obras a partir de suas próprias experiências. Guimarães Rosa acreditava em várias religiões e valorizava o misticismo.
            A produção de João Guimarães Rosa renovou o romance brasileiro. Suas obras mais conhecidas (sendo algumas publicadas após sua morte) são: Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956), Grande Sertão: Veredas (1956), Primeiras estórias (1962), Tutaméia: terceiras estórias (1967), Estas estórias (1969) e Ave, palavra (1970).


CONTEXTO HISTÓRICO

            O livro Primeiras estórias é composto por 21 contos escritos por Guimarães Rosa. Lançada em 1962, um ano antes da eleição de seu autor para a Academia Brasileira de Letras, a obra traz estórias deslumbrantes sobre temas simples. Os contos revelam, com certa intimidade, a infância como nunca descrita. Segundo Alberto da Costa e Silva “[...] pouquíssimos escritores souberam tão bem captar as iluminações da meninice quanto Guimarães Rosa.” (2005, p. 13). A obra pertence à terceira fase do movimento modernista no Brasil.

RESUMO DA OBRA:

            Dos 21 contos que fazem parte do livro Primeiras estórias, elegemos três para a produção de um resumo. São eles: As margens da alegria, A menina de lá e Os irmãos Dagobé.

As margens da alegria
            A estória narrada em terceira pessoa conta sobre um menino e de sua euforia por passar alguns dias na casa dos tios em um lugar onde seria construída uma grande cidade.
            A emoção da vigem de avião, das guloseimas oferecidas pelos tios, das promessas dos passeios e das brincadeiras ilustram a alegria da criança fascinada pelas fantasias que só um menino pode ter.
            Após chegar à casa dos tios, o menino avista um peru no terreiro e se admira de tanta beleza... No entanto, após um passeio, desejoso de ver outra vez o belo animal, deparou-se apenas com algumas penas do pobre peru que já fora morto. Esse acontecimento vai de encontro aos sentimentos da criança que agora via tudo diferente. A chama da alegria se apagara e tudo parecia triste e silencioso.
            Em outro passeio ao lugar onde se construía a cidade grande, o menino fica mais chocado ainda ao ver uma árvore sendo derrubada sem o mínimo de sentimento, para ele, era como se a morte da árvore arrancasse toda a importância das demais coisas que o rodeava.
            Pensativo e triste, o menino volta para a casa dos tios e ao chegar a noite, que para ele parecia melancólica, começa a observar os vaga-lumes que saem da mata e, de repente, vê novamente a beleza no brilho dos bichinhos voadores. Aos poucos, a alegria começa a se refazer.


A menina de lá
            Um casal tem uma filha chamada Maria, também conhecida por Nhinhinha, que se mostra um tanto estranha ao mundo. Com quase quatro anos, a menina não consegue se comunicar por conta de não formular bem as frases ou inventar palavras.
            Quieta e sempre sentada no mesmo lugar, Nhinhinha passava dia após dia. Até que num desses dias, a menina começou a fazer pedidos e, como num passe de mágica, as coisas aconteciam. Era assim, bastava Nhinhinha desejar para que o pedido fosse atendido.
            Os pais, com medo de que aproveitadores se aproximassem, resolveram manter segredo sobre o poder da menina.
            Certo dia houve uma seca e o pai de Nhinhinha pediu para que a menina desejasse chuva a fim de que as plantações se não perdessem, mas a menina se recusou. Porém, alguns dias depois, ela desejou ver o arco-íris e foi assim que veio a chuva para depois aparecer o arco no céu.
            Passados alguns dias, a menina adoeceu e morreu. A tia, que acompanhava todos os acontecimentos, contou que no mesmo dia em que a menina via o arco-íris, desejou ter um caixãozinho rosa com enfeites verdes. E assim foi feito.

Os irmãos Dagobé.
            O conto narra o velório de um dos irmãos, o mais velho, dos quatro irmãos Dagobé que moravam juntos, sem mulher na casa, respeitados e temidos na vizinhança pela má fama de valentões.
            Quem havia mandado o irmão mais velho para dentro do caixão era um moço chamado Liojorge que o matara com um tiro em legítima defesa, quando o mais velho dos Dagobé lhe avançara com um punhal.
            No velório não se pensava em outra coisa a não ser na vingança dos três mais novos que talvez, apenas esperassem enterrar o irmão para apagar de vez o pobre do Liojorge.
            Enquanto seguia o velório, alguns mensageiros chegavam de hora em hora trazendo notícias em segredo aos Dagobé que se mantinham em silêncio ou apenas concordavam com breves palavras.
            Um tempo depois trouxeram a notícia de que Liojorge alegava sua falta de culpa quanto à morte do irmão mais velho, pois fizera apenas para se defender e que, se aceito, oferecia-se para ajudar a carregar o caixão.
            Quem soube disso ficou indignado com a humildade de Liojorge ao se entregar à morte tão depressa e todos esperavam que logo após o corpo ser enterrado, ou até antes, o pobre do moço Liojorge também cairia pelas mãos dos vingadores.
            Os Dagobé aceitaram a ajuda do matador de seu irmão para carregar o caixão. Chovia e o defunto era levado ao cemitério. O povo ia atrás temendo o pior.
            Após fechar a cova, um dos irmãos, que agora era o mais velho vivo, dirigiu-se à Liojorge e lhe disse para voltar para casa porque o mais velho dos Dagobé é que era um diabo de danado. Dito isso, falou para os demais que os três iriam morar na cidade grande.
            O enterro acabou e começou outra chuva.

Elaborado por: Aline Rafaella De Souza PET/LETRAS/UNICENTRO

           





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